De pé (29.05.15)

Rastejando eu vou,
tentando alcançar-Te.
Não caminhas ligeiro...
Eu que demoro a levantar-me.

Tu vais caminhando e me atrai 

Teu canto.
Cantas ao céu, à terra e ao mar, 

e eu aqui a calar.
Palavras não tenho, imagine cantar.

Tu vais caminhando, eu rastejando...
Olho para Ti e fico a pensar como
não me deixas, desistindo logo de mim.
Ficas, no entanto, e quer ver-me de pé. 

Tens paciência porque me amas... 

Grata e constrangida sou e
tens para sempre o meu amor.
Enquanto o Teu me 

dá inteiramente,  preciso dar-me 

somente. 

Nos Teus braços findar-me.

Demoro para erguer-me...
Tu vens comigo, fazer-Te
todo ligeiro, inclina-Te e
uma Contigo me faz.

Valioso é não desistir,
pois inclinou-se o Amor
para provar minha dor e
erguer-me, pondo-me  

toda de pé.